SOMOS TODOS MATO: PANCS NA GASTRONOMIA

Tudo o que é inserido nas mesas brasileiras provém, de alguma maneira, das “ervas daninhas”

 

Atualmente, existem cerca de 10 mil espécies de PANCs com potencial alimentício no Brasil. Denominação criada pelo biólogo Valdely Kinupp, a sigla PANCs é a compactação do termo “Plantas Alimentícias Não Convencionais”. A ideia consiste no conjunto de plantas comestíveis que são tanto encontradas em quintais e terrenos baldios quanto produzidas e comercializadas em menor escala, e que estão cada vez mais presentes na alimentação da população brasileira.

No passado, as PANCs se faziam presentes na cultura gastronômica de inúmeros povos. Porém, com o incremento da produção em larga escala de espécies comerciais – a exemplo dos cereais, alface e repolho –, as demais plantas alternativas foram sendo substituídas até desaparecerem quase completamente das ceias e hábitos alimentares.

Paula Gardenho, professora e nutricionista da Unitri/Uberlândia, relata que, além de algumas plantas serem consideradas “matos”, “ervas daninhas” ou “invasoras”, várias outras são utilizadas no paisagismo, sendo que hoje caíram em desuso. “O conceito [de PANCs] é bem abrangente e, de modo geral, são plantas alimentícias que não são encontradas em mercados e que não fazem parte do rol de plantas inseridas no agronegócio”, acrescenta.

As plantas não-convencionais são chamadas também de alimentos funcionais pois, além de serem ricas em vitaminas, minerais e fibras, possuem efeitos preventivos de doenças como anemia e desnutrição. Dentre as milhares de espécies encontradas no país, 300 estão incluídas no dia-a-dia dos brasileiros. No Cerrado, estão entre as mais conhecidas para o consumo o ora-pró-nóbis, beldroega, taioba, caruru, palmito de bananeira, flor de bananeira, broto de bambu, dente de leão, azedinha e bálsamo.

As formas de identificação acerca das plantas vêm através da sabedoria popular, isto é, são passadas de pais aos filhos, entre amigos, abrangendo para o espaço de uma comunidade em geral, como também através da literatura já realizada sobre a temática. Entretanto, para Carmen Bittencourt, nutricionista especializada na prática em alimentação alternativa, a identificação correta de plantas consumíveis é de grande importância. “Existem plantas parecidas entre si, e algumas delas podem ser tóxicas e inclusive levar à morte, a exemplo de certos cogumelos”, relata.

André Furtado Carvalho e Alaíde Mendonça N. Carvalho, donos da empresa Chef Mineirim – pautada na produção de geleias e antepastos a partir de plantas e frutas não-convencionais do Cerrado –, afirmam que o consumo próprio das PANCs é tão frequente nos hábitos da família quanto sua comercialização. “Fazemos o uso de outras [plantas] que cultivamos. Nosso filho de 12 anos elegeu sua preferida, a beldroega”, relata Alaíde.

Para nutricionistas com especialização em PANCs, como Gardenho, é possível citar dois motivos principais que justifiquem a relevância das plantas e flores para a sociedade. Em primeiro lugar, por geralmente serem plantas rústicas e que se adaptam em diversos ambientes, não necessitam de agrotóxicos. Desse modo, são alimentos considerados sustentáveis em demasiado.

Como segundo motivo, tem-se a questão econômica agregada à utilização de alimentos alternativos. Para que seja possível a visualização desse fator, tem-se o exemplo das folhas de abóbora. Além de serem comestíveis, apresentam um alto índice de vitaminas A e C e possuem muito mais cálcio do que o leite de vaca. E, partindo desse pressuposto, sabe-se que essa aplicação não oferece custo algum, visto que a parte comercializada é o fruto. Ademais, o incentivo ao consumo de plantas não-convencionais é de suma importância para a construção dos hábitos alimentares atuais, devido ao potencial nutricional, terapêutico e de resgate de uso tradicional de produtos orgânicos e livres de agrotóxicos.

É fato que as PANCs agregam inúmeros benefícios para a saúde de quem as consome. Ainda que muitas passem despercebidas pelo nome ou aparência, sua utilização está em alta tanto na alta gastronomia quanto na produção para o aproveitamento nas casas dos brasileiros. Assim, a troca de informações entre grupos que produzem e fazem uso das plantas alternativas – como chefs, cultivadores, agrônomos e consumidores – pode ser de grande valia para que a cultura da prática orgânica não se perca na atualidade.

 

Atualmente, existem cerca de 10 mil espécies de PANCs com potencial alimentício no Brasil. Denominação criada pelo biólogo Valdely Kinupp, a sigla PANCs é a compactação do termo “Plantas Alimentícias Não Convencionais”. A ideia consiste no conjunto de plantas comestíveis que são tanto encontradas em quintais e terrenos baldios quanto produzidas e comercializadas em menor escala, e que estão cada vez mais presentes na alimentação da população brasileira.

No passado, as PANCs se faziam presentes na cultura gastronômica de inúmeros povos. Porém, com o incremento da produção em larga escala de espécies comerciais – a exemplo dos cereais, alface e repolho –, as demais plantas alternativas foram sendo substituídas até desaparecerem quase completamente das ceias e hábitos alimentares.

Paula Gardenho, professora e nutricionista da Unitri/Uberlândia, relata que, além de algumas plantas serem consideradas “matos”, “ervas daninhas” ou “invasoras”, várias outras são utilizadas no paisagismo, sendo que hoje caíram em desuso. “O conceito [de PANCs] é bem abrangente e, de modo geral, são plantas alimentícias que não são encontradas em mercados e que não fazem parte do rol de plantas inseridas no agronegócio”, acrescenta.

As plantas não-convencionais são chamadas também de alimentos funcionais pois, além de serem ricas em vitaminas, minerais e fibras, possuem efeitos preventivos de doenças como anemia e desnutrição. Dentre as milhares de espécies encontradas no país, 300 estão incluídas no dia-a-dia dos brasileiros. No Cerrado, estão entre as mais conhecidas para o consumo o ora-pró-nóbis, beldroega, taioba, caruru, palmito de bananeira, flor de bananeira, broto de bambu, dente de leão, azedinha e bálsamo.

As formas de identificação acerca das plantas vêm através da sabedoria popular, isto é, são passadas de pais aos filhos, entre amigos, abrangendo para o espaço de uma comunidade em geral, como também através da literatura já realizada sobre a temática. Entretanto, para Carmen Bittencourt, nutricionista especializada na prática em alimentação alternativa, a identificação correta de plantas consumíveis é de grande importância. “Existem plantas parecidas entre si, e algumas delas podem ser tóxicas e inclusive levar à morte, a exemplo de certos cogumelos”, relata.

André Furtado Carvalho e Alaíde Mendonça N. Carvalho, donos da empresa Chef Mineirim – pautada na produção de geleias e antepastos a partir de plantas e frutas não-convencionais do Cerrado –, afirmam que o consumo próprio das PANCs é tão frequente nos hábitos da família quanto sua comercialização. “Fazemos o uso de outras [plantas] que cultivamos. Nosso filho de 12 anos elegeu sua preferida, a beldroega”, relata Alaíde.

Para nutricionistas com especialização em PANCs, como Gardenho, é possível citar dois motivos principais que justifiquem a relevância das plantas e flores para a sociedade. Em primeiro lugar, por geralmente serem plantas rústicas e que se adaptam em diversos ambientes, não necessitam de agrotóxicos. Desse modo, são alimentos considerados sustentáveis em demasiado.

Como segundo motivo, tem-se a questão econômica agregada à utilização de alimentos alternativos. Para que seja possível a visualização desse fator, tem-se o exemplo das folhas de abóbora. Além de serem comestíveis, apresentam um alto índice de vitaminas A e C e possuem muito mais cálcio do que o leite de vaca. E, partindo desse pressuposto, sabe-se que essa aplicação não oferece custo algum, visto que a parte comercializada é o fruto. Ademais, o incentivo ao consumo de plantas não-convencionais é de suma importância para a construção dos hábitos alimentares atuais, devido ao potencial nutricional, terapêutico e de resgate de uso tradicional de produtos orgânicos e livres de agrotóxicos.

É fato que as PANCs agregam inúmeros benefícios para a saúde de quem as consome. Ainda que muitas passem despercebidas pelo nome ou aparência, sua utilização está em alta tanto na alta gastronomia quanto na produção para o aproveitamento nas casas dos brasileiros. Assim, a troca de informações entre grupos que produzem e fazem uso das plantas alternativas – como chefs, cultivadores, agrônomos e consumidores – pode ser de grande valia para que a cultura da prática orgânica não se perca na atualidade.

Atualmente, existem cerca de 10 mil espécies de PANCs com potencial alimentício no Brasil. Denominação criada pelo biólogo Valdely Kinupp, a sigla PANCs é a compactação do termo “Plantas Alimentícias Não Convencionais”. A ideia consiste no conjunto de plantas comestíveis que são tanto encontradas em quintais e terrenos baldios quanto produzidas e comercializadas em menor escala, e que estão cada vez mais presentes na alimentação da população brasileira.

No passado, as PANCs se faziam presentes na cultura gastronômica de inúmeros povos. Porém, com o incremento da produção em larga escala de espécies comerciais – a exemplo dos cereais, alface e repolho –, as demais plantas alternativas foram sendo substituídas até desaparecerem quase completamente das ceias e hábitos alimentares.

Paula Gardenho, professora e nutricionista da Unitri/Uberlândia, relata que, além de algumas plantas serem consideradas “matos”, “ervas daninhas” ou “invasoras”, várias outras são utilizadas no paisagismo, sendo que hoje caíram em desuso. “O conceito [de PANCs] é bem abrangente e, de modo geral, são plantas alimentícias que não são encontradas em mercados e que não fazem parte do rol de plantas inseridas no agronegócio”, acrescenta.

As plantas não-convencionais são chamadas também de alimentos funcionais pois, além de serem ricas em vitaminas, minerais e fibras, possuem efeitos preventivos de doenças como anemia e desnutrição. Dentre as milhares de espécies encontradas no país, 300 estão incluídas no dia-a-dia dos brasileiros. No Cerrado, estão entre as mais conhecidas para o consumo o ora-pró-nóbis, beldroega, taioba, caruru, palmito de bananeira, flor de bananeira, broto de bambu, dente de leão, azedinha e bálsamo.

As formas de identificação acerca das plantas vêm através da sabedoria popular, isto é, são passadas de pais aos filhos, entre amigos, abrangendo para o espaço de uma comunidade em geral, como também através da literatura já realizada sobre a temática. Entretanto, para Carmen Bittencourt, nutricionista especializada na prática em alimentação alternativa, a identificação correta de plantas consumíveis é de grande importância. “Existem plantas parecidas entre si, e algumas delas podem ser tóxicas e inclusive levar à morte, a exemplo de certos cogumelos”, relata.

André Furtado Carvalho e Alaíde Mendonça N. Carvalho, donos da empresa Chef Mineirim – pautada na produção de geleias e antepastos a partir de plantas e frutas não-convencionais do Cerrado –, afirmam que o consumo próprio das PANCs é tão frequente nos hábitos da família quanto sua comercialização. “Fazemos o uso de outras [plantas] que cultivamos. Nosso filho de 12 anos elegeu sua preferida, a beldroega”, relata Alaíde.

Para nutricionistas com especialização em PANCs, como Gardenho, é possível citar dois motivos principais que justifiquem a relevância das plantas e flores para a sociedade. Em primeiro lugar, por geralmente serem plantas rústicas e que se adaptam em diversos ambientes, não necessitam de agrotóxicos. Desse modo, são alimentos considerados sustentáveis em demasiado.

Como segundo motivo, tem-se a questão econômica agregada à utilização de alimentos alternativos. Para que seja possível a visualização desse fator, tem-se o exemplo das folhas de abóbora. Além de serem comestíveis, apresentam um alto índice de vitaminas A e C e possuem muito mais cálcio do que o leite de vaca. E, partindo desse pressuposto, sabe-se que essa aplicação não oferece custo algum, visto que a parte comercializada é o fruto. Ademais, o incentivo ao consumo de plantas não-convencionais é de suma importância para a construção dos hábitos alimentares atuais, devido ao potencial nutricional, terapêutico e de resgate de uso tradicional de produtos orgânicos e livres de agrotóxicos.

É fato que as PANCs agregam inúmeros benefícios para a saúde de quem as consome. Ainda que muitas passem despercebidas pelo nome ou aparência, sua utilização está em alta tanto na alta gastronomia quanto na produção para o aproveitamento nas casas dos brasileiros. Assim, a troca de informações entre grupos que produzem e fazem uso das plantas alternativas – como chefs, cultivadores, agrônomos e consumidores – pode ser de grande valia para que a cultura da prática orgânica não se perca na atualidade.